MEDIDA VAI GERAR 4,3 BILHÕES DE EUROS
França anuncia imposto do carbono
Publicada em 11/09/2009 às 04h08m
- RIO - O governo francês anunciou na quinta-feira a intenção de criar um novo imposto para combater as emissões de CO2 no país. A ideia, proposta pelo presidente Nicolas Sarkozy e já criticada pela oposição, é que a taxação entre em vigor no ano que vem, englobando o uso de petróleo, gás e carvão. A França gera cerca de 80% de sua eletricidade a partir de energia nuclear. Com a medida, que seria introduzida gradativamente, o país passaria a ser a primeira grande economia do mundo a adotar tal imposto.
O desafio mais sério que nós enfrentamos é o aquecimento global. Cada um de nossos compatriotas precisa se sentir envolvido
Com a taxação, Sarkozy ganharia também força nas discussões sobre mudanças climáticas, meses antes da conferência da ONU, em dezembro, em Copenhague, quando deve ser fechado um novo acordo para substituir o Protocolo de Kioto, que foi ratificado pela França e expira em 2012.
- É hora de criar uma taxação verde - afirmou Sarkozy após uma visita a uma fábrica em Culoz, perto da fronteira francesa com a Suíça - O tributo sobre emissões de carbono será criado sobre o uso de petróleo, gás e carvão.
O imposto - cuja criação vem sido discutida há semanas, com críticas tanto da direita ligada a Sarkozy quanto da oposição de esquerda - incidirá sobre residências e empresas, mas não sobre indústrias pesadas e do setor energético, que estão incluídas no esquema de comércio de emissões da União Europeia.
O governo planeja cobrar 17 euros por tonelada de dióxido de carbono emitida. O jornal francês "Le Monde" calculou que o imposto vai cobrir 70% das emissões no país e injetar, anualmente, 4,3 bilhões de euros nos cofres públicos.
Segundo Sarkozy, o imposto tem como objetivo persuadir os franceses a mudarem seus hábitos e reduzirem o consumo de energia.
- O desafio mais sério que nós enfrentamos é o aquecimento global. Cada um de nossos compatriotas precisa se sentir envolvido - disse.
Dois terços dos eleitores franceses, porém, se opõem à criação de novos encargos. Para frear a rejeição à medida, Sarkozy garantiu que os recursos arrecadados com o novo imposto vão beneficiar os contribuintes através da redução de outros impostos e de "cheques verdes", para investimentos em iniciativas ecológicas.
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