domingo, 14 de junho de 2020

ÁRVORES DA QUARENTENA: CAMBOATÁ-BRANCO



Cupania | Cupania oblongifolia - | Maria /Amethist | Flickr
https://www.flickr.com/photos/mariasg/4683355743


Foto de Mateus Prati Serrano. https://www.facebook.com/photo.php?fbid=788603498165376&set=gm.2031082180294689&type=3&theater&ifg=1

 http://ilovenature123.blogspot.com/2012/01/arvores-do-brasil-camboata-26.html

Plantae → Magnoliidae → Sapindales→ Sapindaceae→ Cupania oblongifolia Mart.

Biomas: Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado
Estados de Ocorrência: Norte: PA, AP; Nordeste: BA, PI, AL, PE, PB, RN; Sudeste: RJ, ES, SP, MG; Sul: PR, SC, RS

Um lugar que tem sido muito citado nos últimos meses, especialmente no estado do Rio de Janeiro, é a Mata do Camboatá. Neste local, situado na região de menor IDH da cidade do Rio de Janeiro, pretende-se construir um autódromo, destruindo-se neste processo a última Floresta de Baixada da zona Norte e subúrbio, que é também um dos últimos remanescentes deste ecossistema em toda a Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Falaremos em outra postagem sobre as florestas de baixada.

Mas quem é o camboatá?

Diversas árvores da família Sapindaceae, em especial dos gêneros Cupania (o mesmo do guaraná) e Matayba são assim alcunhadas. São espécies geralmente cosmopolitas, embora a família assuma maior importância estrutural em florestas estacionais.

Aqui trataremos de uma espécie bastante comum, o camboatá-branco, Cupania oblongifolia, o camboatá-branco, ou camboatá-da-folha-grande, ou covatã, ou pau-magro.

Essa espécie está presente em todos os estágios da floresta, sendo bastante relevante nos estágios iniciais. É sempre encontrada nos levantamentos florísticos e fitossociológicos em florestas secundárias na Mata Atlântica. A Resolução CONAMA 06/1994 a enquadra como indicadora do Estágio Médio de sucessão.

Em consulta aos “Estudos Sobre o Nheengatu”, de Vicente Chermont de Miranda, encontramos a palavra camboatá derivada de tamuatá; o autor discute a complexa etimologia deste nome. Tamuatá viria de caa, mata, e mboata, o que serpenteia, em referência a um peixe que se locomoveria entre entre corpos d´água em períodos de seca. No entanto, este termo é considerado controverso pelo autor.  

Uma possível interpretação para o termo, que só vi na página Colecionando Frutas, é “galho forte”. Tomando-se caa como algo relacionado a plantas, galhos, e atã como algo duro, pode-se assumir esta interpretação. Mas que fique claro, é algo muito pessoal, não sou linguista.

Mas talvez esta etimologia explique o fato de o camboatá oferecer excelentes cabos para ferramentas. Além disso, a árvore se presta a outros usos: construção civil, movelaria, esquadrias e lenha, além de ser excelente pasto apícola e espécie medicinal. A árvore tem de 7 a 18 metros de altura, com copa alongada, folhas alternas, compostas, pinadas, ferrugíneas e tomentosas. A árvore é reta, de casca pouco rugosa e clara.

Uma característica de identificação do gênero Cupania é a presença de um folíolo abortado no ápice do ramo, denominado apículo. É bem visível na segunda foto do início dessa postagem.

As fotos dessa postagem foram retiradas de páginas da internet e estão devidamente referenciadas.

Fontes:

Lorenzi, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 1998. v. 2, 352 p.