https://www.flickr.com/photos/mariasg/4683355743
Foto de Mateus Prati Serrano. https://www.facebook.com/photo.php?fbid=788603498165376&set=gm.2031082180294689&type=3&theater&ifg=1
Plantae → Magnoliidae → Sapindales→ Sapindaceae→ Cupania oblongifolia Mart.
Biomas:
Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado
Estados de Ocorrência: Norte: PA, AP; Nordeste: BA, PI, AL, PE, PB, RN; Sudeste:
RJ, ES, SP, MG; Sul: PR, SC, RS
Um
lugar que tem sido muito citado nos últimos meses, especialmente no estado do
Rio de Janeiro, é a Mata do Camboatá. Neste local, situado na região de menor
IDH da cidade do Rio de Janeiro, pretende-se construir um autódromo,
destruindo-se neste processo a última Floresta de Baixada da zona Norte e
subúrbio, que é também um dos últimos remanescentes deste ecossistema em toda a
Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Falaremos
em outra postagem sobre as florestas de baixada.
Mas quem é o camboatá?
Diversas
árvores da família Sapindaceae, em especial dos gêneros Cupania (o mesmo do guaraná) e Matayba
são assim alcunhadas. São espécies geralmente cosmopolitas, embora a
família assuma maior importância estrutural em florestas estacionais.
Aqui
trataremos de uma espécie bastante comum, o camboatá-branco, Cupania oblongifolia, o camboatá-branco,
ou camboatá-da-folha-grande, ou covatã, ou pau-magro.
Essa
espécie está presente em todos os estágios da floresta, sendo bastante
relevante nos estágios iniciais. É sempre encontrada nos levantamentos
florísticos e fitossociológicos em florestas secundárias na Mata Atlântica. A Resolução CONAMA 06/1994 a enquadra como indicadora do Estágio Médio de sucessão.
Em
consulta aos “Estudos Sobre o Nheengatu”, de Vicente Chermont de Miranda, encontramos a palavra
camboatá derivada de tamuatá; o autor discute a complexa etimologia deste nome.
Tamuatá viria de caa, mata, e mboata, o que serpenteia, em
referência a um peixe que se locomoveria entre entre corpos d´água em períodos
de seca. No entanto, este termo é considerado controverso pelo autor.
Uma
possível interpretação para o termo, que só vi na página Colecionando Frutas,
é “galho forte”. Tomando-se caa como algo relacionado a plantas, galhos,
e atã como algo duro, pode-se assumir esta interpretação. Mas que fique
claro, é algo muito pessoal, não sou linguista.
Mas
talvez esta etimologia explique o fato de o camboatá oferecer excelentes cabos
para ferramentas. Além disso, a árvore se presta a outros usos: construção
civil, movelaria, esquadrias e lenha, além de ser excelente pasto apícola e
espécie medicinal. A árvore tem de 7 a 18 metros de altura, com copa alongada,
folhas alternas, compostas, pinadas, ferrugíneas e tomentosas. A árvore é reta,
de casca pouco rugosa e clara.
Uma característica de identificação do gênero Cupania é a presença de um folíolo abortado no ápice do ramo, denominado apículo. É bem visível na segunda foto do início dessa postagem.
Fontes:
Lorenzi, H. Árvores brasileiras:
manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova
Odessa: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 1998. v. 2, 352 p.