domingo, 9 de outubro de 2022

Árvore da semana: sansão-do-campo (Mimosa caesalpiniifolia Benth.)


Dossel de reflorestamento dominado por sabiá. Morro dos Macaccos, RIo de Janeiro, 2015. Foto: Claudio Santana.

Em homenagem ao Dia do Nordestino (e da Nordestina também), comemorado neste último 8 de outubro, trazemos uma espécie típica da Caatinga, o único bioma exclusivamente situado no território brasileiro. 

Também chamada sansão-do-campo, esta espécie está dispersa do Maranhão até a Bahia, muitas vezes cultivada por sua multiplicidade de usos. É mais comum em solos profundos. É espécie heliófila tolerante à sombra no início de sua vida.

Em áreas de encosta, onde foi muito utilizada para contenção de erosão na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, tende a apresentar raízes superficiais e com extensão indo muito além de sua copa. Eventualmente, em solos mais rasos, tende ao tombamento com o processo de senescência (ver fotos).

No estado do Rio de Janeiro, onde foi muito utilizada para recuperação de solos degradados na Região Metropolitana até o início dos anos 2000, ocorre como subespontânea. 

Possui porte pequeno, via de regra não ultrapassando os 7 metros. O mais comum é apresentar padrão entouceirado, 

Se presta à confecção de estacas, mourões, dormentes, lenha e carvão. A folhagem fresca ou seca é utilizada como forragem para o gado. Possui ciclos de corte de 3 a 4 anos. É útil em sistemas agroflorestais e na recuperação de áreas degradadas. Pode depositar até 10 toneladas/hectare/ano sobre o solo, trazendo proteção e fertilidade.

Em sua principal região de cultivo, no Ceará, a produção de estacas chega a ser a principal atividade econômica, ocupando o nicho aberto pelo declínio de culturas como o algodão. Produção média de 26,4 st.ha.ano-1, com variações de 18,91 st.ha.ano-1 a 33,08 st.ha.ano-1 , com a incorporação de uma renda extra líquida equivalente a 4,4 salários mínimos, à época de um estudo realizado em 1999, no período da seca (8 meses de estiagem).

Um de seus nomes comuns, sabiá, parece derivar da cor da casca, assemelhada à plumagem do popular sabiá, Turdus rufiventris, ave símbolo do Brasil (decreto de 3 de outubro de 2002). Sabiá, em tupi-guarani, significa "a ave que reza muito".

As fotos foram coletadas em fontes diversas na internet. As fotos autorais estão indicadas.

Tombamento de indivíduo de sabiá em reflorestamento de 20 anos de idade realizado no Morro dos macacos, Rio de Janeiro. Foto: Claudio Santana, 2018. 










Fontes:

ANDRADE, A.G.; FARIA, S.M. de Arquitetura e biomassa de raízes de Mimosa caesalpiniifolia, Acacia mangium e Acacia holosericea com seis anos de idade em planossolo. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS, 3., 1997, Ouro Preto. Anais... Viçosa: SOBRADE; UFV/DPS/DEF, 1997. p.144-149 

CARVALHO, P. E. R. Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia). Colombo: Embrapa Floresta, 2007. 10 p. (Circular Técnica 135).

LEAL JÚNIOR, G.; SILVA, J.A.; CAMPELLO, R.C.B. Proposta de manejo florestal sustentado do sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia Benth), Crato: IBAMA, 1999. 15p. (Boletim Técnico, 3).

RIZZINI, C.T. Árvores e madeiras úteis do Brasil: manual de dendrologia brasileira. Editora Blucher, 1 de jan. de 1978 - 312 páginas

https://www.scielo.br/j/rbcs/a/cDx6GmKh3QYcpHX9x5zsdcx/?format=pdf&lang=pt

https://www.floram.org/article/588e2248e710ab87018b4700/pdf/floram-2-único-125.pdf

http://rubens-plantasdobrasil.blogspot.com/2011/12/mimosa-caesalpiniifolia-benth.html