terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Retrato da vida humana... (fonte: site http://www.pensador.info)

Assunto: lembrança
"Um açougueiro estava em sua loja e ficou surpreso quando um
cachorro entrou.
Ele espantou o cachorro, mas logo o cãozinho voltou.
Novamente ele tentou espanta-lo, foi quando viu que o animal trazia um
bilhete na
boca.
Ele pegou o bilhete e leu: - "Pode me mandar 12 salsichas e
uma perna de carneiro, por favor.
Assinado: dono do cachorro.
Ele olhou e viu que dentro da boca do cachorro havia uma
nota de 50 Reais.
Então ele pegou o dinheiro, separou as salsichas e a perna
de carneiro, colocou numa embalagem plástica, junto com o troco, e pôs na
boca do cachorro.
O açougueiro ficou impressionado e como já era mesmo hora de
fechar o açougue, ele decidiu seguir o animal.
O cachorro desceu a rua, quando chegou ao cruzamento deixou
a bolsa no chão pulou e apertou o botão para fechar o sinal.
Esperou pacientemente com o saco na boca até que o sinal
fechasse e ele pudesse atravessar a rua.
O açougueiro e o cão foram caminhando pela rua, até que o
cão parou em uma casa e pôs as compras na calçada.
Então, voltou um pouco, correu e se atirou contra a porta.
Tornou a fazer isso.
Ninguém respondeu na casa.
Então, o cachorro circundou a casa, pulou um muro baixo, foi
até a janela e começou a bater com a cabeça no vidro várias vezes.
Depois disso, caminhou de volta para a porta, e foi quando
alguém abriu a porta e começou a bater no cachorro.
O açougueiro correu até esta pessoa e o impediu, dizendo:
"Por Deus do céu, o que você está fazendo? O seu cão é um
gênio!"
A pessoa respondeu: "Um gênio? Esta já é a segunda vez esta
semana que este estúpido ESQUECE a chave!!!".

Moral da História:

Você pode continuar excedendo às expectativas, mas para os
olhos de algumas pessoas, você estará sempre abaixo do esperado."
Célio Isaias da Silva

Retrato (Cecília Meirelles)

"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?"

sábado, 3 de janeiro de 2009

DOIS - um disco inesquecível



Hoje acordei com vontade de ouvir um velho disco. Especificamente de 1986, de julho de 1986. O álbum é Dois, do Legião Urbana, para mim uma das obras-primas da música brasileira - vejam bem, não disse do Rock, disse da música brasileira.

Quem vê seus cabelos brancos, que apareceram há nem tanto tempo assim, se multiplicarem a cada dia, sabe do que estou falando. Este disco marcou a juventude da minha geração, com canções que falavam de temas que nos eram muito caros, que tocavam o coração de todo mundo.

"Daniel na Cova dos Leões", a primeira música, hoje sabemos, é uma manifestação homossexual de Renato Russo, uma de suas mensagens cifradas de antes de assumir sua opção, o que se daria a partir do disco "As Quatro Estações". Tensa, desesperada, angustiante.

"Quase sem querer" é mais alegre, embora reflexiva. Tom ligeiramente conformista, me identificava muito com ela.

"Acrilic on Canvas" é minha favorita do disco e do Legião. Nem posso falar muito, até me emociono....é bela, absurdamente bela, com suas metáforas, sua comparação entre uma pintura e uma relação amorosa - e eventualmente uma separação. "Ás vezes é difícil esquecer....sinto muito, ela não mora mais aqui...."

"Eduardo e Mônica" é inesquecível, todo mundo tentava cantar na hora do recreio - e cantava errado. E na época a gente nem sabia que vinha uma mais difícil no ano seguinte: "Faroeste Caboclo"...é, nosso futuro da época agora virou clássico.....

"Central do Brasil" é uma instrumental calminha, faz uma breve pausa no disco pra gente respirar e pro coração agüentar....

"Tempo Perdido" é outro clássico deste disco, uma das mais belas homenagens que o Legião poderia fazer aos Smiths, com Dado tentando soar como o Johnny Marr....a canção é perfeita, redonda, e a letra faz a gente refletir sobre a própria vida. Bom, toda vez que ouço, minha vida passa em revista na mente, do Jardim de Infância até os dias de hoje.

"Metrópole" é punk, tem jeitão de Aborto Elétrico. Trágica e agitada.

"Plantas Embaixo do Aquário" é estranha, mas igualmente bela. Aliás, o Dois tem muito disso, estranhamento e beleza andando de mãos dadas. Então, faça do bom senso a Nova Ordem.....

"Música Urbana 2" é outra punk, meio pra baixo, mas fez bastante sucesso entre garotos de 14, 15 anos, como eu na época. Totalmente desesperançada, naquele climão no future.

"Andrea Doria", talvez a única canção do Legião Urbana que possa competir com "Acrilic on Canvas" em tristeza e beleza andando lado a lado. "Nada mais vai me ferir, é que eu já me acostumei/com a estrada errada que eu segui/com a minha própria lei/tenho o que ficou, e tenho sorte até demais/ como sei que tens também".

"Fábrica" não é melodicamente punk, mas a atitude é. Um clássico meio esquecido do Legião, um libelo sincero contra a exploração do homem pelo homem, a destruição do meio ambiente - e quando só se começava a falar disso na grande mídia.

"Índios" fecha o disco em grande estilo. Como li outro dia em algum lugar, nunca duas notas num piano disseram tanta coisa. A canção pode ter várias interpretações, falando sobre índios, inocência, traição.....

Estas doze canções constituem uma obra soberba, que deve ser ouvida no original, de preferência. Nesses tempos de MP3, em que ouvimos músicas isoladas e não mais discos, é fundamental entender "Dois" em seu significado amplo, cheio de citações e mensagens cifradas. Um disco que vai muito além da simples música: é parte de nossas vidas!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Feliz 2009!!!!!

A todos, desejo um Ano Novo repleto de realizações, com muita saúde, trabalho e dinheiro. Sejam muito felizes em 2009!

Segue um poema muito bonito de Carlos Drummond de Andrade sobre o Ano Novo:

RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

domingo, 14 de dezembro de 2008

As Sem Razões do Amor

As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.