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domingo, 11 de setembro de 2022

Árvore da semana: Jatobá (Hymenaea courbaril L.)


Jatobá, em tupi-guarani, significa "árvore do fruto duro" (1).  O gênero Hymenaea ocorre do México só Sul do Brasil. O jatobá mais conhecido é Hymenaea courbaril, mas o gênero possui 18 espécies no Brasil (2).

Seu fruto indeiscente possui polpa farinácea comestível e nutritiva. A seiva é reputada como medicinal. A madeira é de boa qualidade e usada para finalidades nobres, como movelaria e pisos finos (3).

Os indivíduos mais altos chegam a 40 metros de altura (5).

Os povos indígenas utilizam o jatobá para a confecção de Canoas (3).

As flores são polinizadas por morcegos, e os frutos maduros são muito apreciados por roedores, aves e macacos, que dispetsam as sementes, que muitas vezes germinam ainda dentro dos frutos (3).

O gênero Hymenaea foi atribuído pelo próprio Lineu, baseado em Himeneu, deus grego das uniões, em referência aos dois folíolos soldados (4).

As fotos do magnífico exemplar aqui apresentadas foram tomadas pelo autor da postagem em 17/02/2022, no Horto do Museu Nacional.

Fontes:
















 

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

ÁRVORES DE NATAL BRASILEIRAS: NOSSAS CONÍFERAS


Araucaria angustifolia, (Bert.) Kunz., Araucariaceae 

Araucaria angustifolia, (Bert.) Kunz., Araucariaceae - estróbilos femininos

Araucaria angustifolia, (Bert.) Kunz., Araucariaceae - estróbilos masculinos


Podocarpus lambertii, Klotsch. ex, Endl,, Podocarpaceae

Podocarpus lambertii, Klotsch. ex, Endl, Podocarpaceae - detalhe do ramo e frutos

Podocarpus sellowii, Klotsch. ex, Endl, Podocarpaceae

Podocarpus sellowii, Klotsch. ex, Endl, Podocarpaceae - detalhe do ramo e frutos

É Natal, e tradicionalmente decoramos nossa casa com uma árvore de Natal, em geral uma versão estilizada e artificial de um pinheiro europeu ou asiático, dos gêneros Pinus, Thuya ou Juniperus. Mas o que muita gente não sabe é que o Brasil possui três espécies de pinheiros. 

Pinheiro é o nome genérico para espécies de Gimnospermas (sementes desnudas) do grupo das Coníferas, ou árvores de folhas estreitas. São espécies primitivas que dominam climas mais frios, e já estiveram mais presentes em nossas paragens de Pindorama em tempos imemoriais. 

O pinheiro nativo mais conhecido é a Araucaria angustifolia, o pinheiro-do-Paraná ou araucária. Espécie que teve grande importância econômica até meados do século XX, dada a grande qualidade de sua madeira, o declínio das populações com viabilidade comercial deixou a espécie perigosamente perto da extinção, situação da qual a araucária ainda não se afastou. A araucária fornece o pinhão, fonte importante de alimentação no sul do Brasil e sustento indispensável á fauna, em especial à ave símbolo do estado do Paraná, a gralha-azul (Cyanocorax caeruleus).


A araucária distribuía-se originalmente nos estados do Sul - Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná - e do Sudeste - São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, especialmente em locais de maior altitude. É característica de climas mais frios, já dominou um território muito maior e pesquisas mostram que sua distribuição ancestral esteve muito ligada aos deslocamentos das populações pré-cabralinas.

Os pinheiros-bravos, Podocarpus lambertii e Podocarpus sellowii, são bem menos famosos do que a prima araucária. No entanto, são igualmente importantes do ponto de vista ecológico, tanto por comporem a estrutura das Florestas de Araucária, quanto por igualmente servirem como recurso alimentar para a fauna. São de dispersão mais ampla dos que a araucária, sendo que P. lambertii distribui-se por estados do Nordeste, Sudeste e Sul, chegando à Argentina, e P. sellowii inclui, além das regiões citadas, a ocorrência também na região Centro-Oeste.

As coníferas brasileiras são testemunhos de um clima mais frio e seco em todo o planeta, em um tempo em que as florestas tropicais possuíam área de ocorrência inferior à atual, e predominavam fisionomias semelhantes a campos e a cerrados. É importante conhecê-las.


Sugestões de consulta:

http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Podocarpus%20sellowii

http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Podocarpus%20lambertii

http://www.cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Araucaria%20angustifolia


As imagens foram tomadas sem finalidade lucrativa nas seguintes fontes: https://sites.unicentro.br, www.ufrgs.br e Wikipedia. A gralha azul foi tomada no site Wikiaves.

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

ÁRVORE DA QUARENTENA: PINDAÍBA - OUTRA ESPÉCIE DA MATA DO CAMBOATÁ

 Xylopia sericea A.St.-Hil. | Árvores do Bioma Cerrado
http://www.arvoresdobiomacerrado.com.br/site/2017/04/03/xylopia-seria-a-st-hil/

Xylopia sericea | Xylopia sericea A.St.-Hil. ANNONACEAE Loca… | Flickr
https://www.flickr.com/photos/mercadanteweb/28436354150/in/photostream/

Xylopia sericea | Xylopia sericea A.St.-Hil. ANNONACEAE Loca… | Flickr--
https://www.flickr.com/photos/mercadanteweb/28614926032/in/photostream/
Xylopia sericea | Xylopia sericea A.St.-Hil. ANNONACEAE Loca… | Flickr
                        https://www.flickr.com/photos/mercadanteweb/5368046697

Xylopia sericea - Wikipedia
            https://en.wikipedia.org/wiki/Xylopia_sericea#/media/File:Xylopia_sericea_fruits.jpg

Plantae → Magnoliopsida→ Magnoliales→ Annonaceae→ Xylopia sericea A. St. Hil.

Diversas espécies do gênero Xylopia são chamadas pindaíba. Quero destacar aqui a espécie Xylopia sericea, encontrada, dentre outros lugares, na Floresta do Camboatá, Rio de Janeiro, em locais sujeitos a inundação periódica.

A pindaíba é uma espécie pioneira, de ampla dispersão no território nacional. Geralmente é associada a margens de cursos d'água ou trechos muito úmidos de floresta. Não é encontrada em áreas fortemente degradadas, mas principalmente naquelas sujeitas a perturbações naturais.

De suas folhas e frutos é extraído um óleo com grande potencial acaricida. Seus frutos podem substituir a pimenta-do-reino. A madeira serve para usos menores, mas diz-se fornecer bons mastros para embarcações. Também era utilizada na construção dos carros de boi que transportavam o açúcar dos engenhos para o mercado consumidor, no período colonial; era usada numa peça específica chamada canzil, uma vara comprida.

A árvore se presta à arborização de pastagens e à recomposição de áreas degradadas, pelo seu imenso potencial de atração de fauna, em especial pássaros.

Xylopia quer dizer madeira amarga, sericea diz respeito ao indumento seríceo da face dorsal das folhas. Já o nome popular pindaíba tem origem incerta. Diversas versões são citadas por fontes diversas. Há quem diga ser originário do quimbundo mbindaíba, que significaria miséria. Mas também se fala em origem tupi-guarani, com significados como anzol ruim ou vara de pescar.

Mas para o povo, pindaíba é dureza mesmo...




domingo, 19 de julho de 2020

ÁRVORE DA QUARENTENA: FIGUEIRA-DA-PEDRA - OUTRA ESPÉCIE DA MATA DO CAMBOATÁ

http://www.colecionandofrutas.com.br/ficusenormilus.htm 


https://sites.unicentro.br/wp/manejoflorestal/files/2012/03/3-Ficus-enormis-Martius-ex-Miguel.jpg


http://www.colecionandofrutas.com.br/ficusenormilus.htm

http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/geral/ExibeFiguraFSIUC/ExibeFiguraFSIUC.do?idFigura=260796071

Plantae → Rosiidae → Rosales→ Moraceae→ Ficus enormis (Miq.) Miq.


Conhecida como figueira-da-pedra, tem como outro nome comum caxingubaí, que significa, em tupi-guarani, árvore copada (https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/539473/001035140.pdf)

Desenvolve-se muitas vezes sobre pedras, daí seu nome mais comum. Outra ocorrência comum é em axilas de folhas de palmeiras. Tem comportamento estrangulador quando desenvolve-se sobre outras plantas.

Seu látex é usado na medicina popular para combate a vermes intestinais, da mesma forma que outras figueiras, como F. insipida, F. luschnatiana ou F. adhatodifolia.

O epíteto específico enormis decorre do material originalmente coletado por Martius em São Paulo, provavelmente oriundo de uma grande árvore.

As figueiras são consideradas espécie-chave, ou seja, possuem um impacto no ecossistema proporcionalmente grande em relação a sua ocorrência (Mills, Soulé e Doake, 1993).