domingo, 14 de dezembro de 2008
As Sem Razões do Amor
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Richard Wright
Richard Wright
1943 - 2008
Rick Wright foi tecladista do Pink Floyd, uma das maiores bandas de rock de todos os tempos. Foi um daqueles músicos colcoados meio de lado em suas bandas, pelos colegas e pelos fãs, mas de grande importância, como George e Ringo nos Beatles, como Charlie Watts e Ron Wood nos Stones, só pra ficar nas injustiças mais famosas.....
Entre outras canções do Pink Floyd, foi autor de "Great Gig in the Sky" (linda, é aquela sem letra, só com vocalises femininas)e "Us And Them".
Morreu hoje, em 15 de setembro, após lutar contra um câncer. Havia esperanças de uma nova reunião do Pink Floyd após o memorável show do Live 8 em 2006; agora, não há mais - só a lembrança e a saudade.
Obrigado, Richard Wright, por sua arte! Vá com Deus!
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Einstein e sua genialidade
domingo, 31 de agosto de 2008
Uma bela canção clássica
When you're weary, feeling small
When tears are in your eyes
I will dry them all
I'm on your side
When times get rough
And friends just can't be found
Like a bridge over troubled water
I will lay me down
Like a bridge over troubled water
I will lay me down
When you're down and out
When you're on the street
When evening falls so hard
I will comfort youI'll take your part
When darkness comes
And pain is all around
Like a bridge over troubled water
I will lay me down
Like a bridge over troubled water
I will lay me down
Sail on silvergirl
Sail on byYour time has come to shine
All your dreams are on their way
See how they shineIf you need a friend
I'm sailing right behind
Like a bridge over troubled water
I will ease your mind
Like a bridge over troubled water
I will ease your mind
Ponte Sobre Águas Turbulentas(Simon)
Quando estiver esgotado, se sentindo pequeno
Quando as lágrimas estiverem nos seus olhos
Eu as enxugarei todas
Estou do seu lado
Quando os tempos forem difíceis
E amigos não possam ser encontrados
Como uma ponte sobre águas turbulentas
Eu me deitarei
Como uma ponte sobre águas turbulentas
Eu me deitarei
Quando estiver desanimada
Quando estiver nas ruas
Quando a tarde cair tão forte
Eu lhe confortarei
Eu tomo sua parte
Quando as trevas chegarem
E a dor estiver por toda parte
Como uma ponte sobre águas turbulentas
Eu me deitarei
Como uma ponte sobre águas turbulentas
Eu me deitarei
Veleje adiante menina prateada
Veleje e passe
Sua hora chegará para brilhar
Todos os seus sonhos estão a caminho
Vejam como eles brilham
Se precisar de um amigo
Estou velejando bem atrás
Como uma ponte sobre águas turbulentas
Eu tranqüilizarei sua menteComo uma ponte sobre águas turbulentas
Eu tranqüilizarei sua mente
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Outro texto maravilhoso do Millôr
A belíssima descrição dos Sete Céus dos muçulmanos talvez explique a submissão às mais inacreditáveis provações, até o desprezo pela morte. Delirante euforia de luzes, ultrapassam o limite das esferas ptolomaicas que circundam a Terra. Firmamento último dos últimos, são possivelmente a mais desvairada visão da Glória Eterna de todas as religiões. Estão construídos em superposição contínua, até chegar ao cimo dos cimos que é:
O sétimo céu
Cercado de luzes, o bem-aventurado atravessa os limites das sucessivas esferas ptolomaicas, vai mais alto, e chega às portas dos Sete Céus. Galga um, galga outro, até o Supremo, o Cimo dos Cimos, o lótus do limite:
• O Primeiro Céu é de prata pura e nele as estrelas, cada uma com seu Anjo de Guarda, estão penduradas como lâmpadas, em correntes de ouro. Aqui residem Adão e Eva.
• O Segundo Céu é de ouro puro. Domínio de João Batista e Jesus.
• O Terceiro Céu é de pérola, aqui mora José. Aqui está também Azrael, o Anjo da Morte, escrevendo eternamente, num livro enorme, os nomes dos que nascem – e apagando os dos que morrem. Ele será o último a morrer: quando a trombeta do Arcanjo soar pela segunda vez.
• O Quarto Céu é todo de ouro branco. Aqui mora o Anjo das Lágrimas, chorando interminavelmente pelo pecado dos homens.
• O Quinto Céu é de prata. É de Aarão. Aqui habita o Anjo Vingador, que controla o fogo essencial.
• O Sexto Céu é de rubi e granada, e é habitado por Moisés. Aqui moram também o Anjo Guardião do Céu e o da Terra. Metade-neve, metade-fogo.
• O Sétimo Céu é formado pela Luz Divina, cuja descrição está acima das possibilidades da língua humana. É reservado para Deus e para a mais alta hierarquia dos anjos, os chamados Ministros de Deus. Cada um desses habitantes do Sétimo Céu é maior do que toda a Terra e tem 70 000 cabeças. Cada cabeça tem 70 000 caras. Cada cara tem 70 000 línguas. E cada língua fala 70 000 idiomas diferentes (num total de 24 010 000 000 000 000 000), todos eles usados para cantar, para todo o sempre, as glórias do Mais Alto de Todos.
No lugar mais sublime do Sétimo Céu, à mão direita do Trono de Deus, está a árvore Sidrah, a árvore do extremo – aonde não podem chegar nem mesmo os anjos. As folhas dessa árvore são tão numerosas quanto os membros de toda a família humana, e cada folha tem o nome de uma pessoa. Todo ano a árvore é sacudida na noite do 15º dia do Ramadã, logo depois do pôr-do-sol. As folhas em que estão escritos os nomes dos que vão morrer nesse ano caem, totalmente queimadas ou ainda com algum verde, na proporção dos meses ou semanas que as pessoas têm de vida.
Millôr Fernandes e a Ecmenésia
Saudações,
Claudio Santana
ECMENÉSIA
– Afim de amnésia e de a(m)nestia (perdoa, esquece!).
– Incapacidade da memória reter um certo período, embora permaneça intacta, ou até mais viva, em relação a outros períodos, sobretudo remotos.
– Volta imaginativa a um tempo idealizado, quase sempre da infância.
Dos dicionários que conheço, apenas o A Supplement to the Oxford English Dictionary registra a palavra, com dois abonamentos coincidentes:
1889 Billings Medical Dictionary. “Forma de amnésia em que há memória normal com relação a ocorrências anteriores a determinado período, com perda de memória de acontecimentos do que aconteceu depois dessa data.”
1967 Brussel & Cantzlaar Chambers Dictionary of Psychiatry. “Amnésia com memória pobre para acontecimentos recentes mas com memória relativamente intacta para acontecimentos do passado remoto.”
Uso ecmenésia só pra mostrar aos eruditos que também sou um deles. Mas, como não sou, emprego a palavra com o carinhoso sentido de querência.
ORIGEM
Essas coisas genéticas, essas formações familiares, esses liames do acaso, são realmente muito estranhos: meus avós maternos nasceram na Itália, meu pai nasceu na Espanha, minha mãe nasceu no Rio. Até hoje não entendo o mistério que os levou a me produzir no Meyer.
Ou em Vila Isabel?
Não me lembro da Vila, onde eu teria nascido, treze anos depois de Noel Rosa, numa casa quase colada à do poeta. Minha irmã Judith chegou a tomar aulas de primeiras letras com Martha, mãe dele.
DECADÊNCIA
Nasci no Meyer. Naquele tempo o subúrbio, quase rural, era uma glória.
Acabaram transformando o subúrbio no seu exato sentido etimológico — sub-urbe.
PLENITUDE
O Meyer era o umbigo do mundo. Vivíamos com a consciência, inconsciente, de que nunca teríamos que abandonar o bairro e a cidade (como muito mais tarde eu iria aprender que era o normal na maior parte das cidades pobres e tristes do Brasil) para sobreviver.
PLENITUDE I
Na época em que nasci, nascer no Meyer, como nascer na Vila, de Noel, bairro-irmão e filial, além de trazer um natural conhecimento de toda a cidade (o Meyer era o epikentron), era, todos sabem, um privilégio.
ANTECIPAÇÃO
O Meyer era pra nós, crianças, um bairro rural. Sou (fui) íntimo de muitos animais; gatos, cachorros e aves, sobretudo, é natural, galinhas. E era comum, não por sacanagem mas por obrigação — vamos lá, também um pouco por sacanagem —, a gente enfiar o mindinho no fiofó das penosas ao cair da noite, pra saber com quantos ovos contávamos pra o dia seguinte. Mais do que ninguém eu sei, na prática, o que é ‘contar com o ovo no cu da galinha’.
FRANCISCANOS
Aprendi a nadar (mal e mal) num lagão lamacento, que se formava nos baixios do bairro depois de temporais. Crianças, brincávamos e nadávamos ali, com a consciência natural de que lama é ecologia, e que as rãs pegajosas, que agarrávamos sem nojo ou receio, eram nossas irmãs, sorellas ranas.
ESTIO
Houve um tempo em que havia um andar de cima e um porão. Houve um tempo em que o som de um amolador entorpecia a tarde. Havia uma moringa na janela, refrescando a água. Sempre, a qualquer momento, alguém ainda dormia, nas desencontradas horas da família. Na tarde estorricante do verão, uma cachorra chamada Teteca levantava a cabeça de vez em quando, num piso de cimento embaixo da mangueira, na única sombra do quintal ensolarado, e dava para o alto três latidos lancinantes de protesto. Acho que para Deus. Acho que havia Deus.
O LAR
A casa tinha a parte de baixo e a parte de cima (não se chamavam primeiro andar e segundo andar, nem conhecíamos a palavra piso) e um espaço abaixo do nível, um quarto. Chamava-se “porão habitável”. Ao todo uma casa grande, normal habitação de classe média, classe a que, de certa forma, já não pertencíamos. Nosso pai tinha morrido e nossa mãe, aos 27 anos, tinha que arcar com o sustento dos quatro filhos, com minha irmã Ruth recém-nascida. É fácil imaginar o transe.
Só me lembro de minha mãe, depois de toda a faina diária, da qual nenhum de nós sabia nada, mãe era pra cuidar dos filhos, sentada na máquina de costura, altas horas da noite, 9 ou 10 horas da noite, naquele então.
PROUSTIANA
Lá vinha eu, menino, no frio da madrugada, depois de um dia de trabalho das oito da manhã às seis da noite e de mais quatro horas do colégio noturno, Liceu de Artes e Ofícios. Minha rotina era acordar antes das seis e ir dormir, quando cedo, à meia-noite. Piscina. É assim que se chamava. Pois ao chegar em casa só dava tempo de bater com a mão na parede e voltar ao trabalho.
Eu descia do bonde no Largo dos Pilares, andava quilômetro e meio pela Avenida João Ribeiro, passava a estação de Terra Nova, hoje desaparecida e, na mesma avenida, em frente ao Morro do Urubu, entrava em casa. Nenhum medo a não ser um susto ocasional quando um cavalo, ele mais assustado do que eu com o ruído dos meus passos no silêncio da noite, botava a cabeça sobre um muro e relinchava alto.
Inúmeras vezes subi o Morro do Urubu (para nós, meninos, dos Urubus), em busca de modestas aventuras. Mas o que havia era uns poucos casebres, pobreza mal pressentida, era assim que era. E paz, que só conhecemos quando a perdemos. E o que não havia era essa enfiada de quadrilhas de traficantes ferozes, seqüestrando e matando friamente, nem bravos policiais, liberando essas pessoas por acaso, e matando outras pessoas, também por acaso. Li ontem nos jornais.
UNIVERSIDADE DO MEYER
Que eu seja capaz de escrever como escrevo sem pensar sobre meu próprio jeito de escrever se deve, claro, a ser autodidata. Passei alguns anos pela escola, cinco no que antigamente se chamava primário, e cinco no Liceu de Artes e Ofícios. O que me faz um autodidata, pois em ambos educandários aprendi mais o que me ensinaram sem querer do que o que pretenderam, didaticamente, me ensinar. Um professor de inglês do Liceu me ensinou que against era uma gíria bancária e eu aprendi imediatamente, e me certifiquei depois de que o inglês dele era nenhum. Outro professor — quando eu disse, sobre a frase “a árvore era que lhe ouvia os gemidos”, que o que era um pronome relativo pessoal, me corrigiu dizendo que era impessoal porque se referia à árvore, e quando eu corrigi de volta, dizendo que era pessoal porque árvore não ouve e aquela ouvia — não teve dúvida, me expulsou da sala. Desde então eu aprendi que “com otoridade não se brinca”.
Mas, nesse mesmo Liceu, a lição mais importante me foi dada por um professor de história, Pedro Cardoso, me lembro do nome. Já altas horas da noite, terminadas as aulas (o curso era noturno, durante o dia eu já tinha que ser “famoso” na imprensa, isto é, ganhar a vida), quando a pequena multidão de alunos ia descendo pelas belas escadarias art-noveau do prédio na Avenida Rio Branco, centro do Rio, Pedro Cardoso me deteve num dos patamares e me execrou, devidamente, diante do povo: “Em toda sua vida nunca mais repita isso. Você podia roubar, bater a carteira de seu colega, isso não teria importância. Mas você gozou o seu colega na frente de todos os outros. Humilhou-o. Ele jamais lhe perdoará”. Aprendi. Mas foi fora de aula.
Porém meu curso de autodidata foi mesmo no primário. Colégio Ennes de Souza (só muitos anos mais tarde, em Pedro Nava, eu iria descobrir que Ennes de Souza tinha sido um dos “voluntários” da pátria). Minha professora era Isabel Mendes, logo depois diretora, mais tarde (e até hoje), justamente, nome do colégio. Uma mulatinha magra, uma velhota de mais de vinte anos — que adorava ensinar. Mas o que me ensinou mesmo foi o prazer de aprender — a única coisa que um professor pode ensinar. Quando pode. Fora daí é o decoreba, que me diverte até hoje, quando lembro as preposições -a-ante-até-apóscom- contra-de-desde-para-per-perantepor- sem-sob-sobre-trás.
Isabel Mendes me estimulou a ler, a perceber, a querer saber, enfim, me incentivou essa variada, infinita, emocionante, e mórbida, curiosidade intelectual.
Aprendido objetivamente, me lembro apenas do dia em que ela me apontou o relógio dum corredor da escola e me explicou o funcionamento dos ponteiros (sou do tempo em que relógio tinha ponteiro). Maravilhado, num instante de iluminação, percebi como o aparelho marcava as horas. Levei vários dias procurando todo e qualquer relógio, pra verificar se o tempo de um coincidia com o tempo de outro, até perceber que a diferença entre um e outro era a vida que passava.
TEMPOS DE VINÍCIUS
(Nota de quem sempre foi fascinado pela absoluta ocasionalidade da vida, no total de sua extensão e em todos os seus momentos.)
Maravilhoso dia de primavera. Um sol ameno clareia o começo de tarde na Cinelândia. Encontro Vinícius de Moraes, que conheci a vida inteira, travamos uma conversa sem rumo. Estávamos ambos bem vestidos, paletó e gravata, como era próprio naqueles tempos. Ainda não tínhamos atingido a glória e a liberdade da esculhambação indumentária. Vinícius esperava uma amiga (passou a vida esperando uma amiga ou cantando uma que partiu), eu, como sempre sem saber, esperava apenas o destino. De repente este chega na figura de uma mulher baixa, vestida com simples elegância, soignê. Aproximadamente sessenta anos, idade inacreditável numa época em que eu não tinha mais de vinte. Vinícius me apresentou, ela me cumprimentou em castelhano, respondi com um monossílabo, depois não trocamos mais uma palavra. Atravessamos os três a Praça Paris, na Cinelândia, ainda gloriosa em seus cinemas, teatros e confeitarias. Vinícius e a mulher falavam e riam, eu só ouvia. Do outro lado da Avenida Rio Branco ficava um edifício de uns quatro andares — a avenida ainda tinha o aspecto belíssimo do início do século, quando foi traçada e construída.
Entramos no edifício, sede da Radional, companhia internacional de telefonia. Vinícius e a senhora pediram informações e vieram se sentar no banco em que eu estava, continuaram conversando sem tomarem conhecimento da minha presença, eu continuei ouvindo, distraído. Depois de algum tempo, um senhor veio anunciar que a ligação estava pronta. Só aí entendi: era uma ligação internacional o que esperávamos, coisa fascinante naqueles dias pré-internet. O homem indicou uma cabine telefônica fechada, com porta de vidro, mal dando pra duas pessoas. Mas Vinícius, sei lá por que, me puxou também para dentro da cabine. E lá fiquei, espremido entre os dois, enquanto a senhora, pela milagrosa telefonia internacional, agradecia ao mundo ter recebido o Prêmio Nobel.
Tratava-se, como já perceberam os mais cultinhos, da poetisa chilena Gabriela Mistral, naquela época consulesa do seu país no Rio. Tudo bem, mas por que é que eu fui parar dentro daquela cabine?
CIÚME
Leio em Rubem Fonseca: “Jamais me interessei em conhecer homens e mulheres famosos. Mas queria muito ter conhecido aquela telefonista de olhos grandes e vestido comprido que aparecera na inauguração da central telefônica do Rio de Janeiro, no século xx”.
Me senti remota mas desgraçadamente traído por Rubem Fonseca nessa referência à telefonista. Afinal, ele e eu, coitado dele!, somos da mesma geração. Mas não!, fui olhar na capa da lista telefônica de Assinantes da Cidade do Rio de Janeiro, 1983: minha paixão é por uma moça magra também de vestido comprido, branco, sapatos brancos, um chapéu branco de abas cobrindo-lhe o rosto. Sentada no banco envernizado de uma central telefônica dos anos 20, ela remexe na bolsa, de cabeça baixa, como quem procura… uma ficha? Havia fichas? Está lá, sentada, imóvel no gesto imutável, rodeada por quatro cabines telefônicas e um balcão de madeira onde três telefonistas esperam o tempo devorá- las. Há um silêncio em volta que era o da época, e agora é o de sempre. Um relógio, pendente do teto, marca eternos dez pra uma. De que dia? De que ano? Não sei. Quando cruzei por aquela moça ela já estava sentada ali há muito tempo e eu já era um velho jornalista.
sábado, 24 de maio de 2008
Jeferson Peres
Sujeitinho atrevido, no bom sentido, não expunha suas idéias aos gritos ou utilizando ofensas e baixarias; ao contrário, buscava argumentos, que se tornavam ainda melhores quando passados no divertido filtro de sua aguda ironia. Mesmo seus adversários elogiam sua ética e posições coerentes, num tempo em que tantos mudam tantas vezes, e quase sempre para pior...
Votei no Christovam Buarque em 2006, e desta forma, também em Jeferson Peres, seu vice. Ele já havia decidido abandonar a vida pública após este mandato. E partiu antes, deixando tristes muitos admiradores, e deixando um vazio na política brasileira que dificilmente será preenchido com os que aí estão.
Descanse em paz, Jeferson Peres!
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Nevermind, o último álbum de Rock´n Roll
domingo, 13 de abril de 2008
Dia do Beijo
Bom, excetuando o caso de Judas, beijo em geral é um gesto de carinho, de amor. E vivemos tempos duros, de falta de afeto, onde crianças são jogadas da janela. Por isso, não deixem de demonstrar carinho por aqueles que vocês amam, com abraços, beijos, palavras...amem!
Beijo em várias línguas (com duplo sentido, por favor):
Italiano: Bacio
Inglês: Kiss
Espanhol: Beso
Japonês: Kissu
Alemão: Küchen
Francês: Baiser
Sumeriano: Su-Ub
Tupi Guarani: Pitér
Grego: felia
Sueco: Xkyss
Russo: Potselui
Hebraico: Neshiká
Chinês: Quin Wen
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Lembrança: Falco, o austríaco que cantava RAP
Assistam ao vídeo de seu maior sucesso, Der Komissar:
sábado, 5 de abril de 2008
Dengue e um esclarecimento
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Martin Luther King
Advogado e pastor protestante estadunidense, MLK defendeu em tribunais muitas pessoas vítimas das políticas de segregação racial antes de iniciar sua militância política. Suas atividades o levaram a enfrentar a sociedade racista de seu país, em particular do sul, reduto da Klu Klux Klan.
Preso em várias ocasiões, MLK liderou o Movimento pelos Direitos Civis, utilizando métodos não violentos, com inspiração em Gandhi e sua revolução (mais ou menos) pacífica na Índia. Suas atividades inicam-se em 1955, quando Rosa Parks recusa-se a ceder lugar para um branco num ônibus e é presa por isso. Por mais de um ano, entidades de direitos civis organizam um movimento que resulta na decisão da Suprema Corte de tornar a segregação em ônibus ilegal.
MLK foi a pessoa ais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz, em 1964.
Em 1963, organizou a Marcha Sobre Washington, na qual, em seu fim, proferiu um dos mais célebres discursos da história: Eu tenho um sonho
MLK era um ser humano como nós, sujeito a acertar e errar; possuía qualidades e defeitos. Justamente por isso, deve ser citado como exemplo, pois não alegou sua pequenez de ser humano no momento em que foi chamado a cumprir sua missão.
Contem a história deste homem a seus filhos. Eles precisam ouvi-la. Em sua homenagem, segue a íntegrab do discurso Eu tenho um sonho:
"Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.
Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros.
Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre.
Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação.
Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.
De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".
Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.
Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo.
Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia.
Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial.
Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.
Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre.
Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só.
E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando vocês estarão satisfeitos?"
Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.
Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero.
Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.
Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.
Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.
"Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.
Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,
De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"
E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.
E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.
Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.
Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.
Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.
Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.
Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.
Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.
Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.
Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.
E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:
"Livre afinal, livre afinal.
Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."
Até a próxima!
terça-feira, 1 de abril de 2008
O Vôo
"Qualquer que fizer tropeçar a um desses pequeninos, melhor seria que atasse uma pedra de moinho ao pescoço e fosse afogado nas profundezas do mar (Mt 18:1-7)."
Pensem nisso...
segunda-feira, 31 de março de 2008
Dengue
Quero sugerir uma coisa aqui: que estudantes de medicina sejam convocados à guerra contra esta epidemia. Que as prefeituras das cidades atingidas façam convênios com as Universidades públicas e as boas escolas particulares. Que os estudantes recebam bolsas para apoiar os esforços dos hospitais sobrecarregados - eles podem aplicar injeções, fazer triagem, servir água a crianças e idosos nas filas, etc. Não são tarefas menores, ao contrário: são nobres, e ajudam o futuro profissional a conhecer o lado humano do trabalho, além dos livros e das salas de aula.
Os recém-formados podem ser estimulados por bonificações além das bolsas normalmente pagas na residência médicas para se dedicarem ao combate à dengue. Estes futuros médicos poderão compor equipes, supervisionadas por infectologistas, que visitem as casas das pessoas nas áreas mais afetadas pela doença, fazendo o atendimento básico antes que seja necessário o desgaste causado por 8, 10 ou 12 horas nas filas das superlotadas unidades de saúde. A dengue tem tratamento simples, hidratação e antitérmicos, mas a demora nos diagnósticos vem se mostrando fatal. E a doença ainda tem sintomas semelhantes a muitas outras, o que dificulta sua identificação.
A justiça e a polícia devem ter o poder de abrir casas que estejam vazias e que contenham focos de dengue, como piscinas abandonadas. E emitir mandados judiciais no caso dos que se recusam a abrir as portas aos agentes de saúde.
Ah, e mantenham a vigilância sobre vasos de plantas, lajes e caixas d´água. è fundamental evitar a reprodução dos mosquitos.
É isso aí, pessoal. São só palpites. Mas mantenham a vigilância.
Superman II: A aventura continua
Outro ponto importante: a esplêndida dublagem do filme. Grandes profissionais que já se foram, como André Filho - o Super-Homem/Clark Kent, ou Darcy Pedrosa emprestando seu vozeirão a Lex Luthor.
Mais uma coisa: o que dizer da oportunidade de ver Christopher Reeves no auge da vida. Ele personificou o herói, graças a ele o Homem de Aço, já popular, se transformou num mito do cinema. Acho que não haverá outro Super-Homem como ele....
É isso aí, pessoal. Esta foi mais uma sessão sentimentalóide deste Blog.....
quarta-feira, 12 de março de 2008
Janusz Korczak, ou aquele que amou as crianças
Pois é, ando sem escrever neste blog....bem, ele ainda é meio experimental,por isso ainda me perdôo o desleixo.
Resolvi escrever sobre uma figura histórica pouco conhecida entre nós. A foto que abre esta postagem é um monumento em homenagem a Janusz Korczac, e fica lá em Israel.
Henryk Goldsmith foi um médico judeu-polonês, que nas horas vagas escrevia. Janusz Korczac foi um pseudônimo adotado por ele na adolescência, num concurso literário. Mas enfim, quem foi esse camarada?
Nascido na Polônia em 22 de julho de 1878 ou 1879. Trabalhou desde a adolescência para sustentar sua família, pois perdera o pai ainda na infância. Graduou-se médico, especializando-se em pediatria. A parte de seu país onde habitava pertencia, na época, à Rússia, e foi no exército Russo que serviu em duas guerras: Russo-Japonesa (1905) e a Primeira Guerra Mundial. Ainda serviu na guerra entre Polônia e Rússia, quando seu país reconquistou sua independência.
Na década de 1910, começou a trabalhar junto a órfãos judeus em Varsóvia. Este trabalho foi a mola propulsora de sua vida desde então, e ele ligaria seu destino a estas crianças até o fim de sua existência.
No orfanato que administrava, criou um sistema revolucionário para a época: a autogestão, com a criação de um tribunal interno formado pelas próprias crianças para solucionar problemas do dia-a-dia. Criou mesmo uma bandeira verde para seu orfanato, como se fosse um pequeno país!
O destino foi cruel com alguém tão generoso e bom. Em agosto de 1942, os nazistas levaram Janusz Korczak, os funcionários do orfanato e suas 200 crianças para o campo de extermínio de Treblinka. Lá, foram todos mortos nas câmaras de gás. Porém, mesmo este ato bárbaro, parte da mais vil campanha de extermínio conhecida pela humanidade, não foi capaz de fazer com que seu nome fosse esquecido. Naturalmente, Polônia e Israel são os locais onde o bom doutor é mais conhecido, porém, existem Associações em todo o mundo destinadas a lembrar seu nome - inclusive no Brasil (site: http://www.ajkb.org.br).
"Uma porta! Olha os dedos; Uma janela! Vai se jogar; Um caroço! Vai sufocar engolindo atravessado; Uma cadeira! Vai derrubá-la encima dele; Uma faca! Vai cortar o dedo; Uma vara! Arrisca-se a perder um olho; Uma caixa! Está cheia de bactérias; Fósforo! O incêndio, a morte pelas queimaduras.
Você vai quebrar o braço, um carro vai atropelá-lo, um cachorro morde as crianças, não coma ameixas, não beba água, não ande descalço, não ande ao sol, abotoe seu casaco, ponha o cachecol. Está vendo! Você não me escutou. Olhe! Um aleijado, veja: um cego - Socorro! Quanto sangue, quem te deu esta tesoura?
Porém se, acreditando em você, a criança nunca experimentou comer escondida algumas ameixas verdes; se com o coração batendo, não conseguir burlar a sua vigilância e acender um fósforo no canto escuro; se obedecendo confiante, passivo, ele se submete a sua exigência de renunciar a qualquer experiência, a qualquer esforço de vontade, que fará no dia em que, no âmago de seu ser, sentir uma destas coisas que ferem, queimam, agridem?
Uma tal atitude engendra uma espera eterna: quando enfim este amanhã tão esperado chega, nós já estamos pensando em outro amanhã.
É a metade da humanidade que condenamos a não existir: suas vidas são para nós apenas um jogo; suas aspirações ingênuas, seus sentimentos passageiros; suas opiniões ridículas.
- Não corra, olhe os carros que passam!
- Não corra, você vai transpirar;
- Não corra, você vai se sujar;
- Não corra, que estou com dor de cabeça.
Em nome de um futuro hipotético, subestima-se tudo o que hoje são suas alegrias, tristezas, espantos, coleras e paixão. Em nome de um futuro que não compreende e nem precisa compreender nós lhe roubamos anos inteiros de sua vida.
E a criança pensa: ' Eu não sou nada, preciso ser um adulto pra ser alguém. Daqui a algum tempo cotinuarei sendo nada com alguns anos a mais. Espere até que eu chegue à maioridade...'
Ele espera, obrigado a nada empreender, espera e sufoca, e aspira a este amanhã que lhe enche a boca de água... Bela infância! Nela se morre de aborrecimento. E se contém alguns momentos de felicidade, será sempre uma felicidade conseguida pela força, ou com mais freqüência, uma felicidade roubada."
(Janusz Korczak, COMO AMAR UMA CRIANÇA, pag. 73; 4ª edição; ed. Paz Terra)
A mensagem é: amem suas crianças, não lhes neguem a chance de serem crianças, experimentar, apreender com vocês, pais, mas também com o mundo. Ensinem suas crianças a amar a natureza, a amar o próximo, respeitar as pessoas, e contem a elas histórias como esta. Elas precisam de bons exemplos.Até a próxima!
terça-feira, 4 de março de 2008
Adeus, Jeff Healey
acabo de descobrir lendo o jornal de hoje que no último domingo, 2 de março, faleceu o guitarrista canadense Jeff Healey. Era cego desde um ano de idade por conta de um retinoblastoma, doença que acabou por matá-lo aos 41 anos.
Ainda me lembro do impacto que eu e meu irmão Marcelo tivemos ao ver aquele jovem cego, tocando sentado, com a guitarra no colo, numa dessas MTVs da vida, no início da década de 1990. A canção? Simplesmente "While My Guitar Gently Weeps", uma das obras-primas do Beatles, interpretada e solada com muita dignidade - e olha que no original, o solo era de Eric Clapton (o "Deus" da guitarra). É minha versão favorita da canção, tirando a original. jeff Healey deu a ela originalidade, sem alterar seus elementos-base.
Descanse em paz, Jeff Healey! Toque para Deus agora!
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
BOAS VINDAS
Por enquanto, é isso, fico por aqui.....posso voltar a qualquer hora, até mais!