quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Monografia sobre comparação de desempenho e custo de diferentes modelos de reflorestamento


Caros,

deixo disponível link da UFRRJ para baixar uma monografia de 2007, de Daniel Nascimento. O trabalho é relativo ao desempenho inicial de diferentes modelos de revegetação, e a comparação de seus respectivos custos.

Baixe o material aqui.

Artigo científico sobre sucessão secundária na Ilha Grande


Caros,

a Ilha Grande é cenário de uma das maiores tragédias já vistas no estado do Rio de Janeiro. E estes fatos decorrem, muitas vezes, da não observância de características naturais do ambiente que está sendo manipulado.

Deixo em anexo link para baixar um trabalho do professor Rogério Oliveira, da PUC-RJ, sobre a sucessão de florestas na Ilha Grande, e sua relação com ações humanas no passado. Vale a pena ler e guardar, pois é um documento bastante elucidativo sobre estes processos.

Baixe o material aqui.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Tragédias em Angra dos Reis e Rio de Janeiro são recados para o Brasil

As fortes chuvas registradas em diversas partes do Brasil na virada de 2009 para 2010 provocaram tragédias que ainda repercutem. Em Angra dos Reis os mortos já estão na casa dos 40, e na Região Metropolitana do Rio de Janeiro a ordem de grandeza é a mesma.

As manifestações das autoridades são variadas, e não é minha intenção comentá-las aqui. O que quero discutir é uma questão estrutural. O Brasil não pode abrir mão da ordenação adequada do solo!

Vejam esta imagem, registrada em Angra dos Reis, na Ilha Grande, na enseada do Bananal, onde uma pousada e várias casas foram soterradas:

Fonte: O Globo, 02/01/2009


Notem a rocha exposta após o deslizamento, revelando um solo extremamente raso diretamente assentado sobre ela. Notem a declividade elevada, e avaliem se deveriam ser construídas casas no sopé desta encosta. Você construiria?

Vejam esta outra foto:

Fonte: http://tweetphoto.com/7853021 (ao autor da foto: se não autoriza a reprodução, entre em contato que eu retiro a imagem).

Este é o morro da Carioca, também em Angra dos Reis. Vejam a ocupação tanto na base quanto no topo do morro, gerando pontos múltiplos de instabilização. Vale lembrar que as residências contribuem decisivamente para a deflagração de movimentos de massa, devido à alteração do perfil da encosta e ao lançamento de águas servidas, cuja infiltração no terreno reduz a coesão de partículas e eventualmente leva à separação entre camadas de solo, resultando em deslizamentos.

Lembremos que 2009 foi marcado por intensas discussões sobre a alteração do Código Florestal, o que na prática reduz a área ocupada por vegetação protetora de mananciais, encostas e margens de rios. Será que estas imagens são capazes de mostrar quais serão as consequências?

Outro discurso muito comum é o da crítica ao excesso de Unidades de Conservação no Brasil, e os empecilhos trazidos por sua existência ao desenvolvimento do Brasil. Será que elas são criadas sem razão? Ou há um sentido em se manter vegetação e áreas desocupadas em determinadas porções do território nacional? Será que deveria ter havido ocupação no morro da Carioca? Ou nos locais ocupados na cidade do Rio de Janeiro, nos quais, como em Angra, também morreram famílias inteiras?

É claro que as chuvas foram excepcionais para o período, e em alguns casos tiveram resultados imprevisíveis. Mas na maioria dos casos fica claro que a ocupação inadequada do solo foi a causa da tragédia.

Aos que lêem este blog, por favor, comentem, contribuam. O momento é grave, e precisamos agir!

Bom dia. E bom 2010 para todos.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Decreto define restingas no Estado do Rio de Janeiro

Caros,

disponibilizo neste blog o decreto estadual n° 41.612, de 23 de dezembro de 2008, que define restingas e suas tipologias no estado do Rio de Janeiro. Eu já conhecia algo do tipo para São Paulo, mas foi com alegria que descobri que existe para nosso estado.

Baixe o arquivo aqui.

domingo, 1 de novembro de 2009

Do site Observatório do Clima

O amargo fim do PPG7

29/09/2009 - Kaxiana

Durante a Eco 92, os sete países mais ricos do mundo à época, reunidos no G7, foram pressionados, pela diplomacia e pelos governos a realizarem uma doação milionária, em dólares, para ajudar o país a conter os desmatamentos e as queimadas na Amazônia. Estavam todos perplexos com as taxas com que o ecossistema florestal desaparecia cedendo lugar para uma primitiva pecuária.

Ocorre que, apenas no final da década de 1980, teve início as medições e publicações das famigeradas taxas. A redemocratização reivindicava maior transparência pública e a divulgação de todo tipo de estatísticas represadas no regime militar.

Na verdade, que o incentivo ao processo de ocupação da Amazônia, iniciado dez anos antes, trazia conseqüências perigosas para a floresta, não era nenhuma novidade. O que as taxas mostraram e, por isso assustaram a todos, foi a dimensão e a distribuição da ocupação via produção de grãos e cultivos de capim. A partir daí, havia a certeza de que o estrago era grande e, facilmente, visível.

Conter o desmatamento e as queimadas do ecossistema florestal na Amazônia foi o motivo principal para estabelecimento de um amplo programa financeiro de apoio. O G7 se mostrou disposto a realizar uma doação que chegaria na casa dos bilhões de dólares, mas antes dessa doação definitiva faria uma inicial para desenvolver iniciativas que se mostrassem mais adequadas.

Criava-se, dessa maneira, o que se chamou de Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, o conhecido PPG7, com um aporte significativo de 250 milhões de dólares.

Os recursos deveriam ser aplicados em um leque amplo de projetos voltados ao fortalecimento do poder de polícia dos órgãos de fiscalização e à implantação de alternativas produtivas que não exigiam desmatamento.

O PPG7 foi recebido com entusiasmo pelas organizações não governamentais que atuam na Amazônia. Afinal, tratava-se de uma possibilidade concreta para obtenção de recursos para apoiar suas atividades. Todavia, fazer com que os recursos doados chegassem aos beneficiários sempre foi um exercício burocrático quase impossível.

Ocorre que os países doadores depositavam o dinheiro em um fundo internacional administrado pelo Banco Mundial, nomeado gestor oficial do PPG7. Do Banco o recurso ia para o Tesouro Nacional que repassava ao órgão público, na maioria das vezes o Ministério do Meio Ambiente (MMA) responsável por sua aplicação, na forma de reembolso. Ou seja, o MMA gastava do seu orçamento para ser reembolsado pelo PPG7.

Essa burocracia, instituída pelo próprio governo brasileiro, cansava os envolvidos na execução do Programa, mas foi assim durante mais de dez anos. Já o modelo de transferência internacional de dólares doados costumava ser enaltecido como referência para cooperação entre países.

Os resultados do PPG7 nunca chegaram a ser unanimidade. Muitas críticas eram dirigidas à morosidade com que os projetos eram executados. Mas, de uma coisa ninguém tem dúvida, por mais de uma década, o PPG7 foi a principal, em alguns casos única, fonte de recursos para a área ambiental e florestal da Amazônia.

As negociações acerca de sua segunda fase, que iria além da fase piloto e envolveria a casa dos bilhões de dólares, se perderam com a mudança de governo em 2003. A nova administração acreditava que não precisa desse tipo de cooperação.

O fim do PPG7 começou aí.

Sem brilho, o que poderia ter sido um exemplo de cooperação para a sustentabilidade da Amazônia se encerra com o gosto amargo da dúvida. Valeu a pena?

Ecio Rodrigues - Engenheiro Florestal, Especialista em Manejo Florestal e Mestre em Economia e Política Florestal pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Doutor em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (UnB).

28/09/2009.