Fotos: Claudio Santana, 2019.
Sapucaia, em tupi-guarani, significa "olho que salta", clara alusão à abertura do opérculo de seus frutos (do tipo holopixídio). Outra versão do nome é o hábito tupi de trocar galinhas por sementes de sapucaia, então o nome poderia vir de gûyrasapukaîa, "ave que grita". Particularmente creio mais na primeira versão.
Conta o povo que a expressão "macaco velho não põe a mão em cumbuca" deriva do costume de caçadores colocarem milho nos frutos vazios de sapucaia, de modo que macacos, ao enfiar a mão para retirar as sementes, poderiam ser capturados porque não abriam a mão para não perderem o alimento recolhido.
A bela Alameda das Sapucaias da Quinta da Boa Vista, retratada nas fotos desta postagem, foi criada por Auguste Glaziou, no contexto do projeto paisagístico solicitado por Dom Pedro II em 1860, e que foi concluído apenas em 1876.
As utilidades da sapucaia são pouco conhecidas. Os frutos vazios se prestam a artesanato. As sementes são saborosas e nutritivas, podendo substituir a castanha-do Pará. Possuem antioxidantes, proteínas e gorduras, tendo sido, em outros tempos, parte importante da dieta do brasileiro, citada por diversos autores.
A espécie se distribui entre as regiões Amazônica e da Mata Atlântica, abrangendo Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.
Sua polinização é melitófila, efetuada por abelhas grandes, principalmente do gênero Xylocopa, que só visitam flores novas, no dia da antese. A dispersão primária das sementes é feita por morcegos, num processo denominado quiropterocoria. Além de seus dispersores principais, outros animais apreciam suas sementes.
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