segunda-feira, 4 de novembro de 2019

ÁRVORE DA SEMANA - PAU-BRASIL

Plantae →Superrosiidae→ Rosiidae→ Fabales→ Fabaceae→ Paubrasilia echinata (Lam.) Gagnon, H.C.Lima & G.P. Lewis







Fotos: Claudio Santana, 2019.

O pau-Brasil é considerado a árvore nacional, através da Lei Federal n° 6.607, de 7 de dezembro de 1978. O nome popular da espécie possui diversas versões, embora o mais aceito seja que brasil pode fazer alusão ao vermelho de seu cerne. Os portugueses já denominavam dessa forma, antes do achamento do Brasil, uma outra espécie, a Caesalpinia sappan, espécie aparentada ocorrente no subcontinente indiano.

Os indígenas da nação Tupi a chamavam ybirá-pitanga, o que significa madeira vermelha, ou casca vermelha.

Sendo o primeiro produto de exploração e exportação da então colônia, é retratado em alguns dos primeiros mapas da costa brasileira. Em 1511, a nau Bretoa, que zarpa de Cabo Frio com cinco mil toras do pau de tinta, é registrado em diário que mostra a abundância da espécie e o quanto este ciclo econômico se mostraria destrutivo para nossa flora litorânea.

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Brasileiro não é nome de povo, e sim de profissão; brasileiros, afinal, eram os que negociavam pau-Brasil junto aos nativos e o revendiam ao mercado europeu.

Originalmente seu nome científico era Caesalpinia echinata. O gênero homenageava o botânico italiano Andrea Caesalpino, que antes de Lineu havia publicado um importante tratado botânico que inspirou o sueco em seu Systema Naturae. Já o termo echinata faz alusão aos espinhos abundantes que a espécie apresenta em sua fase juvenil, ou ainda, em suas partes novas.

Atualmente, após revisão taxonômica publicada em 2016, é chamado Paubrasilia echinata, sendo a única espécie de seu gênero.

Do pau-Brasil se extraía um corante vermelho de grande apreciação pela nobreza europeia renascentista, a brasileína. Este corante caiu em desuso quando do surgimento dos corantes sintéticos

Portugueses e franceses disputaram o litoral brasileiro nos primórdios da colonização do país, tendo o pau-Brasil como um dos motivos de fundação da colônia da França Antártica.


Na cidade do Rio de Janeiro, a região hoje conhecida como praia de Inhaúma, no sopé do Morro do Timbau, servia como local de estocagem de pau-Brasil recolhido das aldeias ao redor, antes de seu embarque para a Europa.

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Para mais informação, recomendo as publicações "O Rio Antes do Rio", magnífica obra sobre o Rio de Janeiro à época de sua fundação. 

E recomendo a obra "Árvores Brasileiras - Volume 1", para informação botânica.


Um comentário:

Adriana disse...

Muito obrigada pelas preciosas informações.